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A Mulher e o Infinito

Muitas coisas me vêm à mente quando vejo o número 8, e hoje, em especial, por ser o dia 8 de março, dia internacional da mulher.

Penso no 8 como o símbolo do infinito de pé, pois somos infinitas e sempre seguimos em pé!!!

Infinitas vezes seguimos em frente depois de uma queda, de uma palavra torta, de um emprego que não nos valoriza, de falarmos sem sermos ouvidas, de lutar para ser uma profissional respeitada, mas não valorizada no mundo machista.

Infinitas vezes temos que curar nossas dores porque não nos é permitido nem ficarmos resfriaras ou deitadas quando estamos cansadas, temos que seguir.

Infinitas vezes temos que demonstrar nosso valor acima da nossa cor, da nossa idade, do nosso corpo, do nosso pensar, do nosso sentir. 

Infinitas vezes temos que fazer trabalhos domésticos mesmo sem talento porque de nós é cobrado: desempenho, capricho, habilidades e sempre estarmos felizes; mesmo sem saber, mesmo sem gostar, mesmo sem energia. Porque de nós é esperado gostar e fazer para alguém, só porque esse alguém trabalha fora e não tem tempo, não sabe, não quer, não tem energia, mesmo que nós mesmas sintamos isso.

Infinitas vezes temos que estarmos bonitas, estarmos maquiadas, estarmos nos equilibrando em saltos desconfortáveis, porque só assim nos consideram mulheres. 

Infinitas vezes temos a cobrança por educar os filhos, mesmo que não tenhamos os feitos sozinhas, sempre a cobrança será que a mãe não ensinou, ou onde está a mãe dessa criança que não faz nada? Será que a mãe não vê o que esse filha está fazendo?

Infinitas vezes falamos para as crianças escovarem os dentes e mesmo depois da milésima vez, continuamos a falar, sem perder a capacidade de continuar tentando ensinar.

Infinitas vezes nos emocionamos com uma criança pequena fazendo o mesmo que infinitas vezes já vimos.

Infinitas vezes oramos por nossos queridos sem esmorecer ou perder a esperança.

Enfim, a nossa capacidade de seguir em frente, de nos reerguermos infinitas vezes, pois nos superamos todos os dias das nossas vidas.

Enfim, feliz dia das mulheres para todas nós, infinitas vezes.

Com carinho infinito.

Rosália Ometto

Rosália Toledo Veiga Ometto é advogada, bacharel e mestre em Direito Civil pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco – USP

Autor

Rosalia Toledo Veiga Ometto

Data

08/03/2020

Advocacia como ferramenta de Percepção, Educação e Ação. Olhar no futuro, releitura do Direito com base na Ética.

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